O Fórum de Segurança Pública registrou 63.880 mortes violentas intencionais no ano passado, um crescimento de 3% em relação a 2016. A taxa, de 30,8 mortes violentas por 100 mil habitantes, coloca o país entre os países mais violentos do mundo, concluiu o Anuário da Violência do Fórum Brasileiro da Segurança Pública.
Na quinta-feira (09), o Fórum de Segurança Pública divulgou balanço dos dados na área em 2017. Segundo o levantamento, foram 175 assassinatos por dia no ano passado, sete por hora – um aumento de 2,9% em relação a 2016.
Com uma média nacional de 30,8 mortes violentas para cada 100 mil habitantes, o estado do Rio Grande do Norte teve a maior taxa, com 68,0 casos para cada 100 mil habitantes, seguido por Acre (63,9) e Ceará (59,1). Na outra ponta, São Paulo registrou 10,7 casos, seguido por Santa Catarina (16,5) e pelo Distrito Federal (18,2).
Para o diretor do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, “o crescimento da violência no país tem duas direções. Uma são as novas dinâmicas do crime organizado, agora, a outra, é a insistência da política pública de várias esferas e poderes, de continuar fazendo mais do mesmo”.
Ações policiais
Em 2017, 5144 pessoas foram mortas por policiais. É uma alta de 20% em relação ao ano anterior. No ano passado, 5.144 pessoas foram mortas por agentes de segurança em serviço ou de folga, uma média de 14 pessoas por dia. Em 2012, a média era de seis pessoas mortas por dia. Em São Paulo, 19,5% dos casos de morte violenta se deram em ações policiais. Só na capital paulista, o índice salta para 33%. Já as mortes de policiais apresentaram queda de 4,9%.
Sérgio Lima criticou a intervenção federal no Rio de Janeiro — estado líder em mortes de policiais — e destacou a necessidade de integrar os sistemas de segurança pública no Brasil, o que aconteceu há cerca de um mês com a criação do SUSP (Sistema Único de Segurança Pública).
Na sua avaliação, o Ministério Público deve atuar junto com os Três Poderes para coibir a violência. “O problema não é a falta de recursos, mas de coordenação. O Judiciário tem uma responsabilidade enorme na segurança pública”, disse Samira Bueno, diretora-executiva da organização. “O padrão de uso da polícia tem sido cada vez mais violento. São polícias que produzem muitas mortes e não à toa, também têm morrido muito.”
Do Portal Vermelho, com informações da RBA