Uma coxinha é o que o estudante de medicina Cesar Carvalho, de 22 anos, come ao longo das 12 horas do estágio no hospital, durante o período de internato. Não por falta de tempo para uma refeição mais equilibrada, mas porque “é o que dá para pagar”.
Há 5 anos, quando saiu de Orós, município de 21 mil habitantes no Ceará, para morar em São Paulo, o jovem conseguia se sustentar com um pouco mais tranquilidade. Como bolsista integral do Programa Universidade Para Todos (Prouni) – que paga a mensalidade de estudantes em universidades privadas – Cesar ganhava R$ 400 de auxílio do governo para custear transporte, alimentação e materiais didáticos do curso.
O benefício, no entanto, nunca foi reajustado pelo Ministério da Educação (MEC) – desde 2012, quando a bolsa-permanência foi criada para apoiar os alunos de baixa renda, o valor continua exatamente o mesmo (leia mais sobre quem tem direito ao final desta reportagem). Se fosse corrigido pela inflação (IPCA-IBGE) destes 10 anos, subiria para R$ 753,52 em agosto de 2022.