Brandão começa 2023 sem oposição política

Política

O go­ver­na­dor Car­los Bran­dão já es­tá de vol­tar ao in­te­ri­or do Ma­ra­nhão, cum­prin­do uma agen­da de acom­pa­nha­men­to de ações e inau­gu­ra­ções. Es­ta se­ma­na ele se di­vi­diu en­tre Bra­sí­lia e São Luís.

Na ca­pi­tal fe­de­ral, par­ti­ci­pou da pos­se dos de­pu­ta­dos fe­de­rais e do se­na­dor Flá­vio Di­no, en­quan­to no Ma­ra­nhão, Bran­dão pres­ti­gi­ou, na quin­ta-fei­ra (2), da re­a­ber­tu­ra do Ano Le­gis­la­ti­vo na As­sem­bleia Es­ta­du­al, sob a pre­si­dên­cia da de­pu­ta­da Ira­ce­ma Va­le, cu­ja can­di­da­tu­ra ele apoi­ou e tra­ba­lhou pe­la uni­da­de, em for­ma de cha­pa úni­ca, o que lhe per­mi­tiu re­ce­ber os 42 vo­tos da Ca­sa.
Em sua men­sa­gem ao Le­gis­la­ti­vo, na qual o Exe­cu­ti­vo co­mu­ni­ca su­as me­tas de go­ver­nan­ça pa­ra 2023, Bran­dão pro­je­ta as pri­o­ri­da­des in­se­ri­das na Lei Or­ça­men­tá­ria e no pla­no de go­ver­no apre­sen­ta­do à Jus­ti­ça Elei­to­ral, di­vi­di­do em 26 ei­xos cen­trais.

Lá  es­tá to­do o es­bo­ço das ações em que o go­ver­no acre­di­ta ser a en­ge­nha­ria pa­ra avan­çar no de­sen­vol­vi­men­to econô­mi­co e so­ci­al do Ma­ra­nhão.
Pa­ra is­so, ele propôs aos de­pu­ta­dos ser aber­to ao diá­lo­go e fa­zer uma ges­tão com­par­ti­lha­da, fo­ca­da no mu­ni­ci­pa­lis­mo e nos se­to­res es­tra­té­gi­cos de ge­ra­ção de em­pre­go e ren­da.
Na As­sem­bleia Le­gis­la­ti­va, o seu par­ti­do, o PSB, tem 11 de­pu­ta­dos, in­cluin­do a pre­si­den­te Ira­ce­ma Va­le. A opo­si­ção ain­da não con­se­gue ao me­nos de­fi­nir quem de­la par­ti­ci­pa­rá.

Prioridades do começo

Em conversa com O Imparcial, Carlos Brandão disse que neste começo de ano não pretende desengavetar projetos de grandes investimentos, porque tem 300 obras em andamento, as quais ele não vai deixar sofrerem processo de descontinuidade.

“As ações mais urgentes são as que já estão sendo entregues. Por enquanto, não pretendo contratar projetos que tirem o governo do foco principal. Os recursos financeiros serão otimizados em projetos para gerar o máximo de empregos, renda; avancem contras as desigualdades, combatam fome e a pobreza”, disse.

Brandão ouviu com atenção, o discurso de Iracema Vale, como primeira mulher a presidir o parlamento do Maranhão, em 188 anos de história.
Trata-se de um ano histórico, em que, também, pela primeira vez, a Casa conta com um recorde de 12 deputadas. Iracema prometeu uma gestão inovadora, diferenciada e compartilhada, mas respeitando os limites da harmonia e independência dos Poderes do Estado, previstas na Constituição.
O governador prestigiou, na semana passada, o começo do ano Judiciário de 2023, numa demonstração de que o Maranhão vive um ano auspicioso nos três poderes.

Nada de comemorações de 100 dias de governo

Brandão não vai ter ações para marcar os tradicionais “100 dias de governo”, porque não está começando. Sua administração completou dez meses no dia 2 deste mês, quando substituiu o governador Flávio Dino, que renunciou para concorrer ao Senado Federal.
Como já tinha uma participação direta na governança flavista, Brandão já conhecia tudo que o governo anterior fez e deixou para concluir.
Até a mudança no secretariado, a ser feita neste começo de ano, só será anunciada em Imperatriz, num segundo ato de reinício do governo, para prestigiar a maior cidade do interior do Maranhão – ainda sem data.

Na campanha, ele sempre falou em continuar os projetos e programas que deram certos, como os da Educação, da Saúde, da Infraestrutura e as parcerias que fortaleçam a agricultura familiar. Por onde tem passado e falado, Brandão trata do tema “diálogo” como ferramenta indispensável na gestão estadual, neste ano em que a pandemia da covid já está ficando para trás, mesmo deixando um rastro de maior tragédia em séculos.

Ferrovia e porto

Na conversa com jornalistas, Carlos Brandão detalhou a parceria firmada entre o governo federal e a empresa privada alemã DB (Deutsche Bahn), uma das maiores em ferrovia no mundo, para desenvolver e operar uma ferrovia privada no Brasil.

O projeto, com investimentos de R$ 20 bilhões, visa ligar a Ferrovia Norte-Sul em Açailândia, no Maranhão, ao porto privado de Alcântara, com 500 quilômetros de extensão.
A DB se uniu à GPM (Grão-Pará Multimodal), empresa do grupo português que tem as autorizações emitidas pelo governo Federal tanto para a ferrovia como para o porto, e à consultoria ferroviária Sysfer no negócio estimado na casa dos R$ 20 bilhões (se somados os dois projetos), com estimativa de início em 2024, após o licenciamento, e operação a partir de 2028.
A Embaixada da Alemanha no Brasil pediu e recebeu informações sobre o projeto para que ele fizesse parte das conversas que o primeiro-ministro Olaf Scholz, manteve na semana passada com o presidente Lula em sua visita ao Brasil.

O Terminal Portuário de Alcântara é um projeto que pretende implantar um novo porto na Baia de São Marcos, em frente ao complexo portuário de São Luís, mas com calado estimado em 25 metros, muito superior aos portos do Itaqui e da Ponta da Madeira (da Vale). Atenderá as demandas de carga desembarcada da EFC (Estrada de Ferro Carajás).

O Imparcial