O chefe do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Tocantins, Renan Bezerra de Melo Pereira, responsável pela ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que desabou no último dia 22 deixando oito mortos e mais 10 desaparecidos (até o momento), já foi preso pela Polícia Federal sob suspeita de corrupção e é réu em um processo decorrente da Operação Ápia, deflagrada em 2017. As informações foram divulgadas pelo Diário do Poder.
Naquela ocasião, Renan foi denunciado pelo Ministério Público Federal sob acusações de peculato, corrupção passiva, crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, relacionados a desvios de mais de R$ 200 milhões em recursos do BNDES para obras públicas no Tocantins. O atual chefe do Dint no Tocantins ocupava o cargo de superintendente da Agência de Transporte e Obras Públicas do Tocantins (AGETO-TO).
A denúncia também envolveu figuras políticas como os ex-governadores José Wilson Siqueira Campos e Sandoval Cardoso, o deputado José Eduardo Siqueira Campos e outros agentes públicos. Segundo o colunista Diogo Schelp, da Gazeta do Povo, o caso foi remetido à Justiça Eleitoral em 2020, com a suspeita de que os desvios tenham financiado campanhas eleitorais de forma ilegal.
Renan Bezerra segue como réu no Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins. Apesar disso, ele foi indicado para a chefia do DNIT no estado pelo deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO).
Renan está sendo apontado como responsável por um histórico de descaso na infraestrutura da ponte JK e sua nomeação ao cargo foi avalizada pelo presidente Lula (PT) e pelo ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), que agora enfrentam críticas por ignorarem a situação da ponte durante dois anos.
Procurado pelo Diário do Poder, o gabinete de Renan Bezerra não apresentou nenhuma declaração sobre o caso ou as acusações relacionadas à Operação Ápia.