O caso do homem identificado como, “Leonardo”, morador de Alto Alegre do Maranhão, erroneamente suspeito de abusar sexualmente de uma bebê de 6 meses, que acabou falecendo, gerou enorme repercussão na região. Desde a reviravolta que comprovou a inocência de Leonardo, os meios de comunicação tem sido alvo constante de críticas da sociedade.
Um dos jornalistas que tem sofrido mais críticas sobre esse caso, é o Repórter bacabalense Romário Alves, que leva ao ar em seu canal do YouTube, o programa “Falando de Boa com Romarinho”. Ele também faz lives no Instagram e seu trabalho é bastante acompanhado pela população.
O repórter Romarinho não descansa e, logo quando as primeiras informações do caso foram divulgadas, às 4 horas da madrugada do sábado (09), ele já estava entrevistando Leonardo, que saia de uma viatura da polícia para ser interrogado na delegacia regional de Bacabal. Embora mostrasse o rosto de Leonardo, Romário Alves deu oportunidade dele contar sua versão. Na entrevista, Leonardo alegou várias vezes inocência.
Em seguida, Romário Alves entrevistou a mãe da criança, que também alegou não ser culpada da morte da criança e afirmou que o marido não era capaz de tal ato. Até então, muitos detalhes eram desconhecidos pelos pais e, naquela altura, até mesmo eles desconfiavam que Leonardo tinha sido o culpado. O casal Mesmo também foi conduzido a a Delegacia Regional de Bacabal para uma acareação com o suspeito.
Em entrevista ao repórter Romário Alves, a mãe relatou que, ao levar a filha de 6 meses ao hospital de Alto Alegre do Maranhão, foi chamada atenção pelos profissionais de saúde, inclusive médicos, de que a filha tinha sinais de violência sexual. A direção do hospital acionou o Conselho Tutelar e a mãe acreditando no prontuário registrou um B.O. na delegacia de Bacabal contra Leonardo pelo suposto crime, já que o mesmo esteve cuidando da bebezinha. A criança morreu às 22h:43min da noite de sexta-feira no hospital de Peritoró-MA, e de lá a mãe já chegou acompanhada de uma guarnição da polícia militar para prender Leonardo que estava em sua casa, dormindo.
Não se sabe o que ocorreu na acareação entre Leonardo e os pais da bebezinha, mas sabe-se que a partir dali o casal foi liberado, enquanto Leonardo foi preso. Por ele não ter condições de segurança para ficar no Presídio de Piratininga em Bacabal, ele foi levado para Pedrinhas, na capital.
O corpo da criança havia sido encaminhado para o IML de Timon e os médicos peritos constataram que não houve abuso, pois, as partes íntimas estavam intactas. Já os vestígios, confundidos com sêmen pela equipe médica de Coroatá, eram na verdade uma secreção purulenta devido a uma infecção no estômago que a bebê sofreu.
Isso deu uma reviravolta no caso, pois mostrou que Leonardo de fato era um completo inocente. E quando essas novas informações começaram a circular, choveu muitas críticas contra os meios de comunicação por apresentarem Leonardo como um estuprador que levou uma bebezinha morte.
Alguns meio de comunicação se retrataram, no entanto, na edição de ontem (12) do seu programa, Romário Alves mostrou que ele não precisa se retratar como lhe exigiam parte de seu público e familiares de Leonardo.
Veja alguns pontos levantados por ele que justifica sua tese que a imprensa cumpriu seu trabalho
• A princípio, as informações que chegaram ao Delegado Jeferson Serra, baseado em laudos médicos tanto de Alto Alegre como de Peritoró, afirmaram que a criança foi abusada sexualmente. Essa mesma informação foi passada à imprensa, que apenas tem a responsabilidade de informar seus telespectadores.
- Romário Alves deu toda oportunidade para que Leonardo se explicasse, fazendo uma entrevista com ele.
- Antes da perícia médica que inocentou Leonardo ter sido feita, os próprios pais estavam desconfiando dele. A mãe informou que registrou um boletim de ocorrência contra o agressor.
- Na entrevista que Romário Alves fez com os pais, a mãe alegou desconfiar de Leonardo em parte porque ele ligava insistentemente para saber a situação da bebê. Ela achava que isso era um sinal de culpa da parte dele.
- O pai também se manifestou na entrevista, dizendo que não esperava isso de Leonardo e que esperava que a justiça o colocasse na cadeia.
Diante desses fatores, de fato, é injusto exigir uma retratação da imprensa. Para Romário, quem deve se retratar é a autoridade policial e os médicos que repassaram as informações. A imprensa não foi culpada, pois quando as informações iniciais circulavam, até mesmo a justiça havia decretado a prisão de Leonardo e as autoridades reforçaram as suspeitas sobre o conduzido. Os profissionais de comunicação tão somente cumpriram seu trabalho repassando as informações oficiais que receberam para a sociedade.