Em 2024, as denúncias de violência política contra mulheres aumentaram de forma absurda, com um crescimento de 484,06% em relação ao ano anterior. De acordo com o Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, foram registradas 403 denúncias em 2024, contra 69 em 2023.
A ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), destacou a gravidade da situação ao relatar, em setembro de 2024, que cinco candidatas sofreram tentativas de homicídio ou feminicídio em um único final de semana. Ela criticou a falta de uma democracia plena para as mulheres no Brasil e alertou para o agravamento da violência política contra elas, evidenciado por ataques físicos e psicológicos.
Em resposta ao aumento das denúncias, o governo federal lançou diversas ações em 2024 para combater a violência política contra mulheres. Uma delas foi a campanha “Mais mulheres no poder, mais democracia”, promovida pelo Ministério das Mulheres. A iniciativa foi para sensibilizar a população sobre a violência política, especialmente contra mulheres negras, indígenas e LBTs, grupos ainda mais vulneráveis a ataques.
Apesar de as mulheres representarem 51,5% da população e 53% do eleitorado brasileiro, a sub-representação feminina nos espaços de poder é alarmante. Na Câmara dos Deputados, as mulheres ocupam apenas 17,7% das cadeiras, e no Senado, esse número é de 12,3%. Além disso, nas últimas eleições municipais, apenas duas mulheres foram eleitas prefeitas nas 26 capitais brasileiras.