Erich Decat, O Estado de S.Paulo
‘Ele nos disse que tinha um relacionamento de contato frequente com Joesley Batista’, disse o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer
BRASÍLIA – Em conversa com integrantes da bancada do PSDB do Senado logo após vir a público as negociações feitas com o empresário Joesley Batista, o presidente da legenda, senador Aécio Neves (PSDB-MG), não negou nesta quarta-feira, 17, ter procurado o dono da marca JBS para tentar levantar recursos para pagar os advogados, que atuam em sua defesa na Lava Jato. O valor negociado, segundo reportagem de O Globo seria de R$ 2 milhões.
Preocupados com o impacto sobre a legenda das acusações, integrantes da bancada do PSDB do Senado procuraram Aécio ainda na noite de quarta-feira, mas ele já havia deixado a Casa, logo após a divulgação das informações por parte do jornal “O Globo”. Apesar de ausente, o tucano conversou por celular, em viva voz, com integrantes da bancada que se reuniram apreensivos para ouvi-lo.
“Ele nos disse que tinha um relacionamento de contato frequente com Joesley Batista. Então, Aécio disse claramente que foi ao Batista consultá-lo sobre o interesse dele na comprar de um imóvel, que pertence à mãe do Aécio. Ele não nega a conversa nem a intenção da conversa, de pedir uma ajuda ao Batista, sobre essa questão de viabilizar condições para pagar advogados”, afirmou o líder do PSDB no Senado ao Estado, Paulo Bauer (SC). “Ele ofereceu o imóvel, mas o Batista não quis. Então, ele acabou aceitando uma ajuda do Batista. Não falou claramente se era empréstimo, se era ajuda. Não sei. Mas ele garante que não comentou sobre favores, benefícios sobre qualquer tipo de questão institucional”, emendou Bauer.