Ele nasceu em Pedreiras, Maranhão, em 1934. Ainda jovem, enfrentou preconceito quando foi expulso da escola para dar lugar a um aluno de classe alta – acontecimento que gerou grande impacto na forma como ele via o mundo, servindo também como uma grande influência em seu trabalho. Ele então teve que vender laranjas em feiras para ajudar a sustentar sua família.
Aos 13 anos, João do Vale compunha músicas para um grupo musical brasileiro. Eles montaram peças chamadas Bumba-Meu-Boi, que retratavam a cultura maranhense por meio de teatro, dança e letras. Embora tenha ajudado a impulsionar sua paixão lírica, seu envolvimento com o grupo não forneceu dinheiro suficiente para elevar a situação financeira de sua família.
Para buscar justiça e lutar contra o preconceito, João viajou para o Rio de Janeiro e assumiu trabalhos braçais como mineração de carvão, pedreiro e construção civil. Entre os trabalhos, ele visitou outras grandes cidades para compartilhar suas melodias e poesias. Influenciado por experiências pessoais e gêneros musicais nordestinos como o baião, Vale escreveu canções sobre pobreza e cultura popular.
No início dos anos 1950, ele teve a oportunidade de apresentar sua criação de ritmos dançantes na Rádio Nacional – uma rádio que influenciou os gostos musicais em todo o Brasil. Como não sabia escrever, João teve que memorizar todo o seu trabalho para apresentar suas peças. Seus baiões impressionantes chamaram a atenção dos apresentadores e produtores que ali trabalhavam e sua carreira musical decolou! Ele começou a trabalhar com artistas que estavam empolgados em ajudá-lo a desenvolver suas composições e habilidades de composição.
Em 1964, João do Vale se apresentava em showrooms que destacavam os ritmos nordestinos para a classe trabalhadora do sul do Brasil. Ele escreveu vários sucessos musicais, criou dois álbuns solo e compôs músicas que popularizaram muitos grandes nomes da indústria. Ele continuou a criar e compartilhar músicas enraizadas em sua cultura até sua morte em 1996.
Um teatro é dedicado a ele no Centro Histórico de São Luís e ele é homenageado em sua cidade natal, Pedreiras, com um memorial.
Feliz 88º aniversário, João do Vale!