Governo do Maranhão montou esquema para assistir os 25 estrangeiros, encontrados por uma embarcação de pescadores do Ceará a 120 km da costa maranhense. As primeiras providências foram tomadas ainda no cais de São José de Ribamar, onde foram realizados atendimentos médicos e servidas refeições e água, com apoio da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), que administra o espaço em parceria com a Prefeitura de Ribamar.
De acordo com relatos dos africanos, a viagem partiu de Cabo Verde em um catamarã em condições precárias, com motor de pouca capacidade e com a intenção de chegar ao Rio de Janeiro e São Paulo. Durante o trajeto, o aparelho de GPS que estava em poder dos tripulantes quebrou. Em seguida o motor da embarcação não suportou a extensão da viagem e logo parou. Por fim, a opção de usar a vela do catamarã foi frustrada quando ela também quebrou. A tripulação permaneceu um total de 35 dias ao mar, após ficar à deriva e ser encontrada por uma embarcação de pescadores.
De acordo com o secretário de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves da Conceição, o Governo do Estado está dando o suporte necessário aos estrangeiros. “Nós estamos acompanhando de perto todos os trâmites e investigações da Polícia Federal e Ministério da Justiça. No que compete ao Estado, o Governo do Maranhão assumiu toda a responsabilidade do atendimento humanitário, que é dar direito à saúde, abrigo e alimentação. Todas as providências já foram tomadas quanto a isso”, disse.
A Sedihpop acompanha os indícios de tráfico de pessoas, por causa dos dois brasileiros identificados pela Polícia Federal como ‘coiotes’, que são agentes que conduzem os imigrantes pelas áreas de fronteira ilegalmente, mediante pagamento. “Acompanhamos para garantir a efetividade dos tratados internacionais, estamos obedecendo os tratados internacionais do mesmo modo que nós queremos que os brasileiros sejam tratados em outros países”, comentou o secretário.
Nesta segunda-feira (21), representantes da Polícia Federal estiveram reunidos com os africanos, no Ginásio Costa Rodrigues, em São Luís. A eles foi explicado que o órgão vai dar entrada na solicitação de refúgio para todos. Além disso, vão receber uma documentação que vai servir para a retirada de documentos posteriores como a carteira de trabalho. Todos serão regularizados e poderão trabalhar e exercer os direitos civis aqui no Brasil como estrangeiros. Organizados em grupos de cinco, eles estão sendo ouvidos pela Polícia Federal.