Ibama confirma fissuras em tanque de caminhão com ácido que caiu em rio após queda de ponte no MA

Notícia Geral

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) confirmou nesta segunda-feira a existência de fissuras no tanque de um dos caminhões que afundou no Rio Tocantins após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o Tocantins ao Maranhão, no dia 22 de dezembro. O órgão aponta que o veículo da empresa Pira-Quimica continha 23 mil litros de ácido sulfúrico.

Mergulhadores identificaram na sexta-feira a presença de duas fissuras no tanque. A informação preliminar diz que a procura ocorreu após a equipe da Marinha do Brasil que atua na operação de busca e resgate das vítimas suspeitar de um possível vazamento.

O órgão informou que as análises da qualidade da água do Rio Tocantins, que ocorrem diariamente, “não demonstram alterações consideráveis”. Um relatório oficial das informações obtidas no local pela equipe da Pira-Química foi solicitado e deverá ser concluído até esta quinta-feira.

“Até o momento, os parâmetros avaliados estão dentro da normalidade para água doce. Desde a queda da ponte, não foi constatado impacto à fauna local”, afirmou o Ibama, em nota.

Além do caminhão da Pira-Quimica, outros dois caminhões com produtos tóxicos foram afetados pela queda da ponte. A análise visual de mergulhadores indica que um dos veículos, da empresa Videira, transportava 40 mil litros de ácido sulfúrico e seu tanque permanece intacto.

Já o terceiro veículo, da empresa Suminoto, transportava bombonas com agrotóxico. Segundo o Ibama, o trabalho de sondagem da carga no fundo do rio deverá ser realizado por mergulhadores contratados pela empresa ainda nesta segunda-feira.

Reportagem do GLOBO mostrou que especialistas temem impactos ambientais e uma contaminação do rio a longo prazo, e apontam que pode ser necessária a implementação de uma dosagem de cal hidratada ou carbonato de sódio na água das estações de tratamento para que ocorra a neutralização dos componentes químicos.

— O tanque representa uma ameaça latente para o meio ambiente, caso não seja retirado. É preciso que ele seja retirado com a brevidade e a segurança necessária para evitar a extensão dos danos — explica Carlos Eduardo Canejo, professor e pesquisador do Mestrado Profissional em Ciências do Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida (UVA).

No sábado, subiu para 14 o número de mortos em decorrência do desabamento. O corpo estava nas proximidades dos destroços do acidente, mas a identidade da vítima ainda não foi divulgada. Três pessoas seguem desaparecidas.

O resgate subaquático está sendo coordenado pela Marinha e também conta com agentes do Corpo de Bombeiros do Tocantins, Maranhão e Pará. A Marinha está usando um equipamento chamado SideScan Sonar. Essa tecnologia conseguiu até identificar a possível localização de um dos caminhões submersos, a aproximadamente 40 metros de profundidade.

ENTENDA

A Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava os estados do Maranhão e Tocantins pela BR-226, desabou no fim da tarde do dia 22 de dezembro de 2024. A operação de busca e resgate teve início ainda no mesmo dia, com o reforço de várias frentes como Corpo de Bombeiros, empresas privadas e o emprego de embarcações, helicóptero e viaturas na região.

Atualmente, o trânsito de veículos entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), que eram ligados pela ponte na BR-226, está sendo feito por rotas alternativas com 2 opções para veículos leves e 3 para veículos pesados.

O Dnit estabelecerá também um fluxo de balsas no local para a travessia de carros de passeio, ambulâncias e caminhonetes, sem custo para os usuários. O serviço está previsto para começar a operar após o fim da operação de busca e resgate das vítimas, com a localização das três vítimas que ainda permanecem desaparecidas.

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