O presidente Lula (PT) disse que o ato promovido por Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (25), foi “grande” e “não é possível você negar um fato”. A declaração foi dada ao jornalista Kennedy Alencar, no programa É Notícia, da RedeTV!. A íntegra será exibida às 22h.
Lula afirmou que as imagens da manifestação comprovam o tamanho do ato. “Eles fizeram uma manifestação grande em São Paulo. Mesmo que não quiser acreditar, é só ver a imagem. Como as pessoas chegaram lá ‘é outros 500′”.
O presidente disse que o ato foi “em defesa do golpe”. “Eles todos com muito medo, muito cuidado. […] De qualquer forma é importante a gente ficar atento, porque essa gente está demonstrando que não está para brincadeira”.
Lula também criticou o pedido de anistia feito pelo ex-presidente para os presos pelo 8 de janeiro. “Quando o cidadão lá pede anistia, ele tá dizendo: ‘Não, perdoe os golpistas’. Tá confessando o crime”.
O petista ainda afirmou que a manifestação foi um “protesto contra a democracia”. “Eles [os presos pelo 8/1] nem foram julgados ainda, eles estão presos como garantia da paz e da ordem deste país. Ainda não descobriu quem mandou, financiou, porque houve uma tentativa de golpe”.
Lula disse que mantém a fala sobre o que ele avalia ser um genocídio de Israel na Faixa de Gaza e que não esperava que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, compreendesse sua declaração.
“Eu diria a mesma coisa, porque é exatamente o que está acontecendo na Faixa de Gaza”, declarou o presidente.
Lula ainda completou: “Eu não esperava que o governo de Israel fosse compreender. Eu conheço o cidadão (Netanyahu), sei o que ele pensa ideologicamente.”
Para o presidente brasileiro, a guerra em Gaza é um conflito de um Exército altamente preparado contra mulheres e crianças.
“Não podemos ser hipócritas de achar que uma morte é diferente da outra. Você não tem em Gaza uma guerra de Exército altamente preparado contra Exército altamente preparado, você tem uma guerra de Exército altamente preparado contra mulheres e crianças”, disse Lula.
O chefe de Estado do Brasil ainda questionou o número de integrantes do Hamas que teriam sido apresentados como mortos por Israel.
“Quantas pessoas do Hamas foram apresentadas mortas? Você inventa determinadas mentiras e passa a trabalhar como se fosse verdade”, disse o presidente.
Lula também ressaltou que não usou a palavra “holocausto” em referência às ações de Israel. “Primeiro, eu não disse a palavra holocausto, isso foi interpretação do primeiro-ministro de Israel, não foi minha”, alegou o presidente.