Apoiado pelo ex-governador Flávio Dino (PSB) e pelo ex-presidente Lula (PT), o atual governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), desponta como favorito à reeleição no estado. Com cerca de 40% das intenções de voto, ele busca atrelar sua imagem à dos padrinhos políticos na eleição para consolidar sua liderança na disputa. A tendência, de acordo com analistas políticos, é de que as alianças contem, nesta eleição estadual, mais do que as propostas.
Brandão foi vice de Dino por sete anos e meio e agora tem o apoio até do MDB controlado pelo clã Sarney, histórico adversário do ex-governador maranhense e que hoje dá suporte à sua candidatura ao Senado. Na campanha, Brandão tem apresentado seu governo como a continuidade do projeto de Flávio Dino, que renunciou ao cargo em março para disputar o Senado em meio a uma taxa de aprovação que beirava os 60%.
Dois dos três principais adversários de Brandão, aliás, foram aliados de Dino. Weverton Rocha (PDT), que se elegeu ao Senado com o apoio do ex-governador em 2018, saiu do grupo político de Dino ao ser preterido na escolha de seu sucessor. Edivaldo Holanda (PSD), ex-prefeito de São Luís (2013-2020), também rompeu com o grupo político do ex-governador após ter tido seu apoio nas eleições de 2012 e 2016.
Ex-tucano, Brandão tem como seu principal desafio tornar-se mais conhecido do eleitor maranhense e tem a seu favor uma aliança de 11 partidos, do PSDB ao PT, passando pelo MDB da família Sarney.
A ampla coligação de Brandão lhe garantirá o maior tempo de TV no horário eleitoral gratuito, o que o entorno de sua campanha classifica como crucial para consolidar seu favoritismo. Os levantamentos internos do governador indicam que a maioria dos maranhenses se informa pela televisão.
Nas pesquisas locais, o atual governador tem o dobro da intenção de voto do senador Weverton Rocha (PDT), que tem o segundo maior tempo de TV, e do médico conservador Lahesio Bonfim (PSC), o único bolsonarista declarado entre os principais candidatos. Ambos aparecem com algo entre 15% e 20% nas sondagens. Edivaldo Holanda (PSD) aparece em seguida, com entre 5% e 10% das intenções de voto.
O Maranhão sempre foi marcado por uma polarização entre a família Sarney e seus opositores. Dino foi eleito e reeleito em oposição ao que chamava de oligarquia dos Sarney, com apoio de um grupo político muito heterogêneo que hoje está rachado, ao passo que os Sarney perderam protagonismo e hoje apoiam Brandão. A eleição aqui terá pouca discussão de programa, importará mais o conjunto de alianças — diz Wagner Cabral, professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Fonte: Blog do Jorge Aragão