A denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente José Sarney (PMDB) revela que a MN Engenharia destinou R$ 650 mil em propina disfarçados de doação eleitoral para o Diretório Estadual do PMDB do Maranhão abastecer as eleições municipais de 2008.
O empresário Luiz Maramaldo apresentou na sua delação premiada comprovantes de recibos e afirmou ter realizado três depósitos a pedido do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, nas contas do PMDB maranhense. A escolha e os valores, segundo Machado, teriam sido decididos pelo próprio Sarney.
Maramaldo também apresentou bilhete com os números da conta bancária do partido e do telefone de um assessor de Sarney, a quem deveria comunicar tão logo fizesse a “doação”.
A PGR conseguiu identificar dois dos três depósitos delatados pelo empresário na prestação de contas enviadas pelo PMDB ao TRE-MA, camuflados como se fora doações do Diretório Estadual do PMDB do Rio Grande do Norte.
Na denúncia encaminhada ao STF, a procuradoria observou que o próprio representante da MN Engenharia deixou claro que não havia interesse da empresa em influenciar economicamente nas eleições no Maranhão por não possuir nenhuma obra no Estado.
“Embora a maneira escolhida para o pagamento tenha sido doações oficiais, inexiste dúvida quanto ao crime de lavagem de dinheiro”, garantiu Janot.
Além da lavagem, a PGR ainda pede a condenação de Sarney por corrupção passiva; crimes que somados dão no mínimo 36 anos de cadeia.