Delegado investiga uma possível ligação do grupo com o PCC. Um deles teria idealizado roubo à transportadora de valores Prosegur, no Paraguai.
O delegado Fábio Pinheiro Lopes, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo, afirmou nesta terça-feira (3) que foram apreendidos sete carros blindados que seriam usados na fuga pela quadrilha que construiu o túnel para furtar o Banco do Brasil na Zona Sul da capital paulista.
“Apreendemos mais sete carros blindados que seriam usados pela quadrilha para a fuga, logo depois da prática do furto. É uima quadrilha muito elitizada, ela tem uma expertise na construção de túneis, tem conhecimento técnico de engenharia, estava muito bem alicerçado, corria paralelo à rede e galerias de água pluvial e água potável”, dise o delegado.
Dezesseis pessoas foram presas em flagrante nesta segunda-feira (2). Em audiência de custódia, a Justiça decretou a prisão preventiva, na tarde desta terça-feira.
Também foram apreendidos mais um carro , uma picape, dois guinchos. Todos esses veículos foram usados no transporte de ferramentas para o local da escavação, segundo a polícia.
Apesar de todo esse conhecimento técnico em escavação, o delegado disse não acreditar na presença de um engenheiro entre os integrantes da quadrilha. “Não acho que tenha engenheiro. Os cabeças, os pivôs foram todos presos. Se ficou alguém de fora seria alguém de somenos importância.”
A assessoria de imprensa do Banco do Brasil informou que vai colaborar com as investigações.
Segundo ele, o grupo deveria entrar no cofre do banco ainda nesta semana. “O assalto seria realizado na próxima sexta-feira (6).”
De acordo com o delegado, um dos mentores do crime seria Alceu Ceu Gomes Nogueira, que teria idealizado o roubo à transportadora de valores Prosegur, no Paraguai, no primeiro semestre deste ano. A polícia ainda investiga uma possível ligação dele com o PCC.
“Esse Alceu é um dos mentores lá do roubo do Paraguai. Esse último que teve, da Prosegur. Ele é um dos mentores. Só que isso aí a gente vai conseguir comprovar só agora durante as investigações”, disse em entrevista coletiva concedida na manhã desta terça-feira, no Centro da cidade.
O assalto ao Banco Central ocorreu em Fortaleza, em 2005, também via construção de um túnel. Na oportunidade, porém, a ação dos bandidos foi bem-sucedida. Segundo estimativas da Polícia Federal, com base no peso das cédulas roubadas, R$ 164 milhões foram levados.
Já no caso do crime na Avenida Paulista, assaltantes roubaram uma grande quantia em dinheiro e joias de uma agência do Itaú, mas os valores não foram divulgados. A ação dos criminosos demorou cerca de dez horas e o caso só veio à tona oito dias depois de acontecer. Mais de 150 cofres de clientes foram revirados.
“A gente acredita que alguns deles estavam no assalto ao Banco Central de Fortaleza, em 2005, que já estão soltos, e que estavam naquele grande furto ao Itaú, na Paulista [em 2011]. É uma quadrilha muito organizada.”
Fonte ; G1