Uma em cada três brasileiras sofreu algum tipo de violência nos últimos 12 meses. Esse é o dado alarmante revelado por uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Instituto Datafolha, que aponta o maior índice já registrado de violência de gênero no país. O estudo mostra que 37,5% das mulheres foram vítimas de agressões, o que equivale a 21,4 milhões de brasileiras, um aumento de 8,6 pontos percentuais em relação ao levantamento anterior.
Os números reforçam a urgência do combate à violência contra a mulher. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, quatro mulheres são assassinadas diariamente no Brasil por questões de gênero. Em 90% dos casos, os agressores são homens, sendo que 84% são parceiros ou ex-parceiros das vítimas. O dado mais preocupante é que o próprio lar, que deveria ser um ambiente seguro, se torna o cenário da violência em 57% dos casos.

Diante desse cenário, especialistas reforçam a importância da denúncia e do acolhimento das vítimas. Canais como o Ligue 180 oferecem suporte para mulheres em situação de violência, enquanto o 190 deve ser acionado em emergências.
Feminicídio e violência contra a mulher no Maranhão
O Maranhão registrou 68 casos de feminicídio em 2024, um aumento em relação aos 50 casos do ano anterior. Apesar da redução de 32% nos homicídios de mulheres em 2023, os números voltaram a crescer, acendendo um alerta para a violência de gênero no estado.
O Ligue 180 recebeu 17.832 denúncias de violência contra a mulher em 2024, quase o dobro das 8.928 de 2023. As queixas formais aumentaram 49,4%, passando de 1.896 para 2.833 no período. Segundo pesquisa do DataSenado, 66% das maranhenses conhecem alguém que sofreu violência doméstica, e 25% já foram vítimas. A agressão mais comum é a psicológica (78%), seguida da física e moral (75% cada).
Para enfrentar o problema, o Governo do Maranhão lançou a Operação Shamar, reforçando a repressão a agressores e a proteção às vítimas. Ainda assim, os dados mostram que a violência persiste e exige medidas mais eficazes.
Somente no primeiro trimestre de 2025 o Maranhão já registrou 10 casos de feminicídio, conforme dados divulgados pela Superintendência de Homicídios. O caso mais recente ocorreu em Santa Luzia do Tide, onde Adriana Rosa de Oliveira, influenciadora digital de 27 anos, foi assassinada a tiros dentro de sua residência.
O marido e o sogro de Adriana foram presos sob suspeita de envolvimento no crime.