Foi a promotora de Justiça de Timbiras, Natália Macêdo, que, em janeiro deste ano, começou a receber idosos denunciando que haviam feito pequenos empréstimos consignados nas empresas POLPA BOM JESUS ou na Promotora Bom Jesus e, após isso, estavam até sem receber 1 centavo sequer de suas aposentadorias. Mal sabiam eles que uma vez estando nas referidas empresas tinham seus documentos utilizados para diversas falcatruas.
“O empréstimo era triplicado, quadruplicado (…) eles apresentaram os extratos bancários que eles não reconheciam e muitas operações, o valor dos empréstimos era transferido diretamente pra conta da promotora e pra conta dos proprietários, como pra conta da funcionária, então isso foi o que nos chamou a atenção. Nós achávamos que eram casos isolados, posteriormente pedimos à delegacia a quantidade de BOs que já tinha contra esta promotora, vimos que tinham 12 Boletins, mais quatro de pessoas que não tinham ido à delegacia, tinham vindo direto aqui pra gente e a partir deste momento nós começamos a investigar”, explicou inicialmente
A pedido dela a Justiça autorizou busca e apreensão no escritório das duas empresas de empréstimo consignado e também na residência do casal que é proprietário destas empresas já identificado como sendo Francisco Alves Pereira e Francinete de Sousa Dantas, que moram em Coroatá. O Ministério Público também está investigando uma funcionária que se chama Samara da Silva dos Santos.
Com a ajuda do GRUPO DE ATUAÇÃO ESPECIAL DE COMBATE À ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS (GAECO) e da Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (SECCOR), os mandados foram cumpridos
“E lá nós apreendemos computadores, celulares, muitos documentos, dentre eles documentos pessoais de idosos, além de contratos de empréstimos os quais serão analisados pra que possamos, diante disso, dar andamento na investigação”, explicou-nos Dra. Klycia Menezes, promotora de Justiça integrante do GAECO.
COMO AGIAM
O Ministério Público sustenta que o casal e a funcionária da Bom Jesus, que ainda não foram presos, realizaram empréstimos não autorizados, entraram no limite de cheques especiais pedidos para os idosos e até contratavam títulos de capitalização.
Só uma das mais de 20 vítimas já identificadas pela investigação, o aposentado Teodoro Farias, tem a pagar para um banco R$ 17.409,00. Um outro, chamado Tomás Fabrício dos Santos, ficou devendo R$ 14.924,00 sem nunca ter contraído tal dívida.
“Quando a petição foi distribuída junto ao Fórum daqui de Timbiras havia 16 idosos e o prejuízo girava em torno de R$ 65.679,43 mil, agora esse prejuízo já é bem maior e considerando este prejuízo foi requerido à Justiça o bloqueio de valores dessas pessoas, dos investigados para que possa haver o ressarcimento desses danos”, afirmou Dra. Klycia.
MAIS VÍTIMAS
A promotora de justiça de Timbiras entende que mais vítimas devem aparecer nos próximos dias e pede que estas já apareçam na promotoria trazendo os extratos bancários da conta.
“Por favor tragam os extratos bancários de todos os meses anteriores, por quê? Porque a partir deles, os extratos, é que nós começamos a bater as compras e a partir desses extratos nós vamos ter a real dimensão do dono”, disse Dra. Natália.
Fonte: Blog do Acélio