Na última semana, o governador Flávio Dino e o secretário de Educação do Maranhão, Felipe Camarão, anunciaram o retorno às aulas presenciais nas escolas, após 1 ano e meio fechadas. Para explicar um pouco mais sobre essa retomada, conversamos com o secretário Felipe Camarão.
*Por que retornar às aulas presenciais agora?*
Estamos há 1 ano e 4 meses com nossas escolas fechadas. Jamais imaginamos que isso um dia poderia acontecer. Mesmo com todo esforço de nossa equipe da Seduc e nas escolas, para seguirmos com atividades remotas, nada substitui a escola, a sala de aula e o contato direto com professores e estudantes.
Mesmo com todos os esforços empreendidos, esse tempo todo trouxe consequências graves para o ensino e a aprendizagem: houve aumento dos déficits de aprendizagem e das taxas de abandono escolar; houve maior exposição das crianças e dos jovens à violência e a vários tipos de exploração; crescimento da insegurança alimentar e nutricional, entre outros impactos negativos. E só com a volta às aulas presenciais poderemos reverter essa situação.
*Todas as escolas da Rede Estadual retornarão no mês de agosto?*
Retornaremos as aulas híbridas nas escolas que possuem condições físicas para esse retorno. Nos centros de ensino que estão em reforma, por exemplo, não retornaremos, assim como em outras escolas que possuem algumas situações pontuais que precisarão ser resolvidas.
*Quais seriam essas situações pontuais?*
Escolas que estejam com algum problema de falta de água, por exemplo, que necessitem de alguma adaptação de banheiros. São situações que possam ter surgido devido ao tempo em que o prédio escolar ficou fechado, mas que em poucos dias, a gestão escolar, com o suporte de nossas equipes, possa solucionar. Nesses casos, o ensino continuará mais algum tempo remoto, até que tais situações sejam solucionadas.
*O que as escolas irão oferecer para garantir a segurança e proteção de toda a comunidade?*
Desde o ano passado, a Seduc tem trabalhado na distribuição de materiais de prevenção e que são utilizados nos protocolos de biossegurança contra a Covid-19, como: termômetro infravermelho, para aferição da temperatura na entrada; máscaras para serem distribuídas, além de materiais de higiene. Além disso, estamos efetuando repasse de 3 parcelas do Fundo Estadual para todas as escolas, para que elas tenham dinheiro em caixa para atender as necessidades que surgirão, totalizando R$ 5,7 milhões.
Outro ponto que posso destacar é que nas escolas deverão ser obedecidos todos os protocolos de segurança previstos para qualquer ambiente, como uso obrigatório de máscaras em todos os espaços; assepsia frequente das mãos e distanciamento social.
Por fim, a adoção das aulas híbridas já garante a redução, pela metade, da quantidade de estudantes nas escolas.
*Secretário, como anda a vacinação dos professores?*
Em abril, iniciamos a vacinação dos profissionais da educação em atividade e é importante reforçar que não são somente professores que estão sendo vacinados, mas todos os demais profissionais, como supervisores, merendeiras, zeladores, porteiros, técnicos, entre outros, de todas as esferas, seja rede federal, estadual, municipais e privada. Até a tarde desta sexta-feira (23), foram aplicadas 196.528 doses de vacina para esse público.
*Temos professores que não quiseram vacinar no estado? Há algum tipo de sanção para esses casos?*
Infelizmente, sim, temos nos deparado com pessoas das mais diversas áreas que se recusam a tomar a vacina. Há praticamente 1 ano e meio estamos enfrentando uma pandemia que tem causado muito sofrimento em todo mundo. Por meses, aguardamos ansiosos as notícias de cientistas na corrida atrás de um imunizante que pudesse nos livrar desse mal. A vacina chegou, é uma decisão de impacto individual e coletivo, mas, ainda assim, criou-se um monte de fake News desqualificando o seu poder, entre tantos absurdos inimagináveis. Não podemos obrigar ninguém a vacinar, pois é um gesto de consciência de cada um. O que tentamos é estimular a criticidade e cidadania de todos, para que compreendam que a imunização é um ato individual, mas com impacto coletivo.
*Esses profissionais que não vacinarem voltarão ao trabalho presencial?*
Todos deverão voltar à escola, vacinados ou não. Possibilitamos a prioridade na vacinação desse público, se não vacinou é porque não quis. Mas destaco que o este profissional deverá cumprir todos os protocolos de biossegurança, dentro do ambiente escolar, como uso de máscara, por exemplo que é obrigatório.