Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo e Bahia como parte das investigações do esquema criminoso na Petrobras para contratação da empresa norte-americana Sargeant Marine ante pagamento de propina, e operadores citaram o senador Edison Lobão (PMDB-MA) como suposto beneficiário, informou a PF.
Segundo a polícia, novos elementos colhidos na investigação policial apontaram a participação de dois advogados em reuniões nas quais o esquema criminoso teria sido planejado, além do pagamento de comissão a esses advogados pela contratação da empresa dos EUA. Os dois foram alvos de mandados de busca nesta quarta, informou a PF.
A PF já havia prendido na semana passada o ex-deputado pelo PT Cândido Vaccarezza, que foi líder dos governos Lula e Dilma na Câmara, acusado de receber cerca de 500 mil dólares em propina por intermediar a contratação da Sargeant Marine pela Petrobras para fornecimento de asfalto.
O ex-deputado, no entanto, foi solto na noite de terça-feira devido a questões de saúde, sob fiança de 1,5 milhão de reais.
Nesta quarta-feira a PF revelou o possível envolvimento de Lobão, que foi ministro de Minas e Energia nos governos Lula e Dilma, no mesmo esquema, por meio de um agente da Petrobras ligado ao senador. A PF, no entanto, destacou que não foram tomadas quaisquer medidas contra ele devido à prerrogativa de foro do senador.
“O agente político que teria sido acomodado ao grupo pode ser citado, até porque foi citado pelos operadores, seria o senador Edison Lobão”, disse a repórteres o delegado da PF Felipe Pace em entrevista em Curitiba sobre a nova etapa da Lava Jato.
Segundo o delegado, os operadores apontaram que “foi acomodada uma parte dos valores que eram recebidos da comissão pelos contratos da Sargeant Marine para o senador”.
O advogado do parlamentar, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, disse por telefone que Lobão não conhece os operadores que o citaram e nunca ouviu sequer falar na empresa Sargeant Marine. “Essa é mais uma delação feita sem qualquer fundamento”, disse à Reuters.
Do Blog do Garrone