Após a perda dos cerca de 8 mil médicos para o sistema, o Governo Federal prometeu que preencheria todas as vagas com médicos brasileiros, o que acabou não acontecendo |
Os governadores dos nove Estados completaram recentemente os trâmites necessários para tornar legal o Consórcio do Nordeste, que tem como objetivo buscar uma maior autonomia em relação ao governo de Jair Bolsonaro e as políticas federais que consideram nocivas para a região.
Uma das primeiras medidas que os líderes nordestinos pretendem impulsar é a retomada do formato original do programa Mais Médicos, com a presença dos profissionais cubanos, que foram embora do país após as críticas ideológicas ao governo da ilha feitas pelo presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), o Consórcio do Nordeste já está entrou em contato com representantes da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), entidade liga à OMS (Organização Mundial da Saúde), e consultou sobre a possibilidade de trazer profissionais estrangeiros, especialmente de Cuba, para refazer a cobertura dada pelo Mais Médicos ao sistema público de saúde nos estados nordestinos.
Em dezembro passado, ainda como presidente eleito, Bolsonaro fez duras críticas a Cuba, dizendo que tratava os médicos cubanos como “escravos”, criando uma crise diplomática que levou o presidente da ilha, Miguel Díaz-Canel, a ordenar o retorno dos profissionais ao seu país.
Após a perda dos cerca de 8 mil médicos para o sistema, o Governo Federal prometeu que preencheria todas as vagas com médicos brasileiros, algo que não aconteceu: uma reportagem recente do New York Times mostrou que centenas de cidades brasileiras continuam a espera de novos médicos para substituir os cubanos que se foram, situação que mantém cerca de 28 milhões de pessoas sem atendimento.