O evento, organizado dentro da programação do “Dezembro Vermelho”, que enseja a discussão, contou com a presença de representantes do Ministério Público, Secretaria de Estado da Saúde, Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Secretaria Municipal de Saúde, Hospital Presidente Vargas, entre outros.
De acordo com Fernando Cardoso, da Coordenação Colegiada do Fórum Aids/MA, o objetivo da audiência era elencar as principais demandas referentes à luta contra a Aids no Maranhão. Para cada demanda, foram feitos questionamentos aos componentes da mesa.
“Nós temos problemas de ordem financeira, como a extensão dos blocos de financiamento, que passaram de 6 para 2, o que, em outras palavras, significa dizer que as políticas públicas ficaram à revelia. Além disso, enfrentamos problemas referentes à assistência, uma vez que não há um centro de referência para atendimentos nessa área, a não ser o Hospital Presidente Vargas, que recebe pacientes de todo o Maranhão e precisa de reforço. Por outro lado, temos a falta de financiamento para as ONGs, o que ajuda bastante”.
A diretora geral do Hospital Presidente Vargas, Leila Lima, que também participou da audiência, informou que, atualmente, 4.699 pacientes estão em tratamento na unidade de saúde. “Além disso, nós diagnosticamos uma média de 50 casos por mês e todos passam pelo atendimento de uma equipe multidisciplinar”, revelou Leila Lima.
A deputada Eliziane Gama ressaltou que o governo federal deixou de repassar quase metade dos insumos necessários para o tratamento da doença no Maranhão e por essa razão, está mobilizada para montar uma brigada com vistas a mudar essa realidade junto ao Ministério da Saúde.
“Viemos aqui para ouvir as cobranças e sabemos que essa realidade só irá melhorar a partir de investimentos, tanto no que diz respeito à prevenção quanto ao tratamento”, disse Eliziane Gama.
O Fórum Maranhense das Respostas Comunitárias de Lutas ao Combate as IST, HIV, Aids e HV defende a prioridade ao atendimento das pessoas vivendo e convivendo com Aids. “É uma responsabilidade do Governo Federal. Há cinco anos a distribuição desses medicamentos tem causado preocupação para quem depende deles”, disse Fernando Cardoso.