O governador do Maranhão, Carlos Brandão, anunciou nesta segunda-feira (17) a anulação das cessões de Jefferson Portela e Rodrigo Maia à Vice-Governadoria, atualmente chefiada por Felipe Camarão (PT). A revogação das cessões foi oficializada na edição do Diário Oficial do Estado, tornando sem efeito a movimentação que havia colocado o ex-secretário de Segurança Pública e o ex-procurador-geral do Maranhão em cargos ligados ao vice-governador.
Jefferson Portela, delegado da Polícia Civil, e Rodrigo Maia, atual subprocurador do Estado e juiz do Tribunal Regional Eleitoral, haviam sido cedidos recentemente para funções vinculadas à Vice-Governadoria. A decisão de anular as cessões ocorre no contexto de um episódio polêmico envolvendo o vice-governador Felipe Camarão.
No sábado, 15 de fevereiro, Camarão publicou um vídeo em seu escritório, exibindo as fotografias de figuras políticas como o ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Contudo, a imagem do governador Carlos Brandão foi deixada em um canto distante da sala e sequer apareceu no enquadramento da gravação. A ausência de Brandão nas imagens foi imediatamente notada, gerando repercussão negativa nas redes sociais e na mídia.
Diante da repercussão, Felipe Camarão tentou corrigir a falha e, no domingo, postou um novo vídeo, agora com as fotografias de Dino e Brandão reposicionadas. No entanto, a tentativa de remediar o erro não impediu que o episódio fosse amplamente comentado, reforçando a percepção de que Camarão mantém um alinhamento político mais estreito com seus padrinhos políticos, como Flávio Dino e Lula, do que com o próprio governador Carlos Brandão.
A revogação das cessões de Portela e Maia ocorre em um momento em que a relação entre os integrantes do governo estadual parece abalada. A decisão de Brandão envia um sinal claro de desconforto com a situação e, possivelmente, com o episódio envolvendo Felipe Camarão. A anulação das cessões pode ser interpretada como uma resposta política à tensão crescente dentro do grupo político liderado pelo governador.
O episódio também levanta questões sobre a dinâmica de poder no Maranhão, onde as alianças políticas e as disputas internas podem ter impacto direto na gestão pública e nas decisões do governo. A expectativa agora é de que a relação entre Carlos Brandão e Felipe Camarão seja revista, já que o episódio pode ter repercussões tanto na administração estadual quanto no cenário político do Maranhão.