O governador do Maranhão, Flávio Dino, defendeu que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficialize a sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto. “Acho muito importante que ele apresente a pré-candidatura”. Segundo o chefe do executivo maranhense, o petista “tem uma força popular que ninguém tem, e isso ajuda a descortinar essas outras agendas”.
“Ele pode funcionar como locomotiva dessa agenda perdida e que é a verdadeira. A meu ver ele deve apresentar isso logo, se dirigir ao país discutindo o programa de governo que a lei permite. É preciso que o conjunto de forças políticas que desejam que o Brasil saia desse momento nele enxergue nele um dos poucos, um dos raros estadistas que o Brasil tem. Mesmo que você não goste dele, ele é um ponto de referência de um debate mais saudável, mais racional”, disse. A entrevista foi concedida ao site Uol.
Ao comentar sobre a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, o governador afirmou que 80% das decisões da Justiça “tecnicamente são corretas, eu teria dado idênticas decisões”. “O problema é aquele dito da sabedoria popular: o demônio mora nos detalhes. Acho que têm algumas situações que geram questionamentos em razão dessa apropriação de uma causa justa para fins políticos”, complementou.
“Hoje isso é muito evidente, e acho muito ruim para os próprios resultados da Lava Jato. Essa operação serviu de cavalo de Troia para coisas muito ruins, como o impeachment, que foi uma experiência terrível do ponto de vista político e jurídico. Não é pouca coisa violar uma vontade popular sem nenhuma causa constitucional legítima. A Lava Jato jogou essa ideia que, além do trabalho processual técnico, há um trabalho politico; e isso não é papel do Judiciário”, acrescentou.
Segundo Flávio Dino, “objetivamente há uma conduta política na linha que, por exemplo, juiz e procurador mobilizam sociedade”. “É papel de juiz e procurador liderar mobilização social? Nunca vi isso na minha vida. No Brasil se naturalizou isso. Juízes e procuradores fazem vídeo, lideram manifestações, convocam o povo a se posicionar por uma causa ou outra. Isso é espantoso, nunca ocorreu em lugar no mundo e está acontecendo agora”, afirmou.
Sobre Michel Temer, o governador disse que esperava mais diálogo. “Eu conheço bastante o Michel Temer; tenho muito respeito pessoal, pela trajetória profissional; estudei nos livros dele na faculdade de direito; convivi com ele na Câmara. Então, esperava um governo com agenda mais aberta, de mais de pactuação, e não de polarização do País”.
Fonte: Brasil 247