Um esquema milionário de fraudes no Censo Escolar do Fundeb tem exposto a manipulação de dados para obter recursos federais de maneira indevida. Em 2022, a Controladoria Geral da União (CGU) detectou irregularidades em 35 cidades de 13 estados brasileiros, destacando um aumento alarmante de matrículas fantasmas na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O escândalo mais impactante vem de Girau do Ponciano, em Alagoas, onde a cidade de apenas 36 mil habitantes relatou mais de 12 mil matrículas no EJA, resultando em um repasse indevido de R$ 18,5 milhões. Em Paquetá, no Piauí, o município registrou metade da sua população matriculada no programa, incluindo indivíduos como um sargento aposentado e até um detento de Rondônia, além de casos de mortos registrados no Censo.
No Maranhão, a cidade de São Bernardo também entrou na mira da investigação, após denúncias de moradores que alegam ter sido coagidos a se matricular no EJA para não perder o Bolsa Família. Entre 2023 e 2024, quase cinco mil alunos “sumiram” da rede municipal, o que reforça as suspeitas de fraude. A Polícia Federal investiga ainda nove outras cidades no país envolvidas no esquema.