Fufuca diz que Governo e Câmara vão se unir para apoiar um nome na disputa pela sucessão de Lira

Política

Em entrevista ao jornal O Globo, do Rio de Janeiro, o ministro do Esporte, André Fufuca, disse que haverá consenso na escolha do nome que sucederá Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara em fevereiro de 2025. As movimentações dos candidatos ao posto de presidente do poder legislativo têm gerado burburinhos e especulações em Brasília. Lira disse que deve definir em agosto quem contará com o seu apoio.

Ministro maranhense André Fufuca falou a O Globo sobre sucessão na Câmara. Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

“Governo e o Legislativo vão se unir em relação a apoiar apenas um nome. Não vejo clima nem porque esse tipo de cisão na relação entre os dois. Acho que o candidato de um vai ser do outro”, afirmou Fufuca, integrante do mesmo partido de Lira e que deixou o mandato de deputado para integrar o governo Lula.
Fufuca reconhece a dificuldade de o seu partido em entregar votos favoráveis ao governo em pautas de costumes e atribui as vitórias do Planalto no Congresso à articulação do presidente da Câmara.

Veja trechos da entrevista:

– O senhor esperava entregar até 80% dos votos da bancada do PP, mas o governo sofreu derrotas no Congresso com a participação do partido, como no caso da “saidinha” temporária de presos. Isso causa constrangimento?
– Não, porque o PP sempre se doou nas suas responsabilidades. O partido entregou 38 votos a favor e apenas 11 contrários na Reforma Tributária e tem votado a favor nas matérias importantes para o governo. Não é correto avaliar um partido por uma votação específica, ainda mais uma votação que era pauta de costume, como a da saidinha, que foi muito criticada.

– Qual a dificuldade de mobilizar a bancada em outras pautas além das econômicas, que aglutinam os interesses de diferentes partidos?
– Na pauta de costume, qualquer governo vai ter dificuldade. Se tiver um governo com 99% de aprovação, vai ter dificuldade em pauta de costume. Não dá para avaliar uma base política, consolidada no Congresso, em cima de pauta de costume.

– O senhor integra o governo Lula e apoia a reeleição do presidente. Se o PP apoiar Bolsonaro, vai sair do partido ou vai sair do governo?
– O meu apoio em 2026 será ao presidente Lula. Já falei várias vezes. O partido tem seu posicionamento, e eu tenho o meu posicionamento pessoal, que é de apoio ao presidente Lula. Eu vou votarei no presidente Lula. A não ser que ele não queira meu voto.

– Quando assumiu o ministério, o senhor falou que pretendia aproximar o senador Ciro Nogueira (PP-PI) do governo Lula, mas ele continua sendo um crítico da gestão do presidente. Por que essa tentativa não deu certo?
– Costumo respeitar o posicionamento pessoal de cada um. Não pude fazer essa aproximação, mas bola para frente.

– Dificulta a articulação política do governo ser comandada por um ministro (Alexandre Padilha) que não fala com o presidente da Câmara?
– Acho que não, até porque o Arthur ajuda muito o governo na parte da articulação. Tenha a certeza de que grande parte das votações avançaram e foram aprovadas graças à articulação do Arthur Lira.

– Qual candidato o senhor vai apoiar na sucessão da Câmara?
– Quem o presidente Arthur (Lira) apoiar e o partido apoiar será o meu candidato.

– O governo Lula vai apoiar candidato de Lira à sucessão da Câmara?
– Acho que eles vão entrar num acordo. Vão se entender. Não tem por que ter divergência em relação a isso. Estamos ao lado de um dos grandes políticos do Congresso Nacional nos últimos tempos e ao lado também do presidente Lula, que é um Pelé na política. Não há o porquê de haver divergência, e eu acredito que o governo e o Legislativo vão se unir em relação a apoiar apenas um nome. Não vejo clima nem por que esse tipo de cisão na relação entre os dois. Acho que o candidato de um vai ser do outro. Não há lógica racional para ter qualquer briga em relação à sucessão da Câmara.

 

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