Três suspeitos foram presos
A Polícia Federal divulgou nesta terça-feira (4) imagens da prisão de um casal suspeito de fraudar o benefício do auxílio-doença no INSS de São José do Rio Preto (SP). Nas imagens é possível ver um homem em pé sentando em uma cadeira de rodas para se passar por deficiente.
Nas imagens é possível ver um carro estacionando em frente ao INSS de Rio Preto. Um homem desce do carro, entra na agência e, em seguida, uma mulher sai do carro. Minutos depois, o homem volta com uma cadeira de rodas.
Com ajuda da esposa, um outro homem, de 47 anos, que estava no banco do passageiro, senta na cadeira. Segundo a Polícia Federal, os três pretendiam dar um golpe na previdência. “Essa informação nos chegou por meio do setor de inteligência da Receita Federal, de que uma pessoa com suspeitas de que não havia o quadro da doença solicitada iria requerer ao INSS o auxílio-doença. Diante dessa informação, equipes localizaram, identificaram a pessoa, a sua residência, o local de trabalho, e indo ao local de trabalho conseguimos imagem dele trabalhando como uma pessoa sadia, normal, carregando caixas, tudo não passou de uma farsa para lesar o INSS”, afirma o delegado André Kodjaoglanian.
A polícia acompanhou o trio desde a saída da casa deles, quando o carro deixa a garagem, o marido já está no banco do passageiro. Só que em outro vídeo, o mesmo homem que tremia na cadeira de rodas, aparece descendo de um outro carro, dessa vez do lado do motorista e andando. Pelo que a polícia apurou, ele estava chegando numa distribuidora, onde trabalhava como motorista de caminhão.
A polícia acredita que o casal praticava esse golpe contra o INSS há pelo menos quatro anos e que o prejuízo que os dois podem ter dado aos cofres públicos é de pelo menos R$ 120 mil. Segundo as investigações, a mulher também se passava por doente para receber o auxílio. “Ela também ia como cadeirante para receber o auxílio-doença, ela foi presa e o amigo foi preso por participação no crime”, afirma o delegado.
De acordo com a polícia, o homem que usava a cadeira de rodas estava indo ao INSS pra revalidar o auxílio-doença, que já recebia anteriormente. O delegado disse que ele usava um atestado de um clínica particular de psiquiatria, de Rio Preto, para alegar problemas mentais. O três vão responder por estelionato contra órgão público e associação criminosa. A soma das penas máximas é de nove anos de prisão pra cada um.
Agora a Polícia Federal vai atrás dos benefícios da mulher e vai investigar médicos, de fora do INSS, que possam ter colaborado com essas pessoas com laudos clínicos e atestados fraudados. O INSS reforçou que foi a própria instituição que acionou a PF para checar a situação desses contribuintes.
As investigações
Em nota, a Previdência disse que as investigações começaram este ano, com base em denúncia analisada pela Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária (Coinp), da Secretaria de Previdência. Os criminosos se passavam por pessoas com deficiência e se revezavam entre doente e acompanhante, para tentar receber os benefícios. Ao se passar por doente, eles utilizavam cadeira de rodas e simulavam retardo mental, inclusive com atestado diagnosticando a doença psiquiátrica.
A nota disse também que “como a ação foi deflagrada antes da concessão do benefício, não houve prejuízo financeiro aos cofres da Previdência. Mesmo assim, os criminosos vão responder por estelionato previdenciário”. Mas segundo a Polícia Federal, o homem recebia já um benefício, que foi suspenso em fevereiro deste ano e, nesta terça-feira, ele iria passar por uma perícia médica.