Deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA) criticou os projetos de reformas da Previdência e Trabalhista no governo de Michel Temer; segundo o pedetista, “não podemos tratar por igual um país que tem desigualdades tão grandes, a começar pela expectativa de vida. Nem podemos impor uma idade mínima que é inalcançável para muitos”; sobre a reforma trabalhista, Rocha afirmou que a “preservação do emprego não pode ser desculpa para o desmonte de poder de negociação do empregado”; as declarações são um reflexo do quanto os pedetistas criticarão cada vez mais o governo como uma forma de dar “fôlego” à pré-candidatura do ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE), contrário ao golpe contra Dilma e um dos críticos mais ferrenhos do atual governo
O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Weverton Rocha (MA), criticou os projetos de reformas da Previdência e Trabalhista no governo de Michel Temer. A postura do parlamentar já é um reflexo do quanto os pedetistas criticarão cada vez mais a gestão do peemedebista como uma forma de dar “fôlego” à pré-candidatura do ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE). O partido do ex-governador do Ceará também foi contrário ao golpe contra Dilma Rousseff. Ciro é um dos críticos mais ferrenhos de Temer, que, segundo o ex-ministro, é “chefe da bandidagem” e “anão moral, traidor e parceiro intimo de tudo que não presta“, além de “sócio” do ex-deputado federa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso. O juiz Sérgio Moro considerou que ele representa risco à ordem pública e possibilidade de fuga para o exterior por ter disponibilidade de recursos ocultos fora do País e da dupla cidadania (Cunha tem passaporte italiano).
Ao comentar a reforma da previdência, Rocha disse haver “consenso que do jeito que está não pode ficar. Mas também não pode ser do jeito que o governo propõe”. De acordo com o parlamentar, “não podemos tratar por igual um país que tem desigualdades tão grandes, a começar pela expectativa de vida. Nem podemos impor uma idade mínima que é inalcançável para muitos”.
“Defendo que a reforma seja feita, mas depois de um debate amadurecido com todos os setores. E que as medidas mais duras sejam acompanhadas de um esforço do Estado para controlar as fraudes e sangrias feitas na Previdência Social”, afirmou Rocha em texto publicado no Congresso em Foco.
A proposta do governo Temer aumenta a idade mínima da aposentadoria de 53 para 65 anos, tanto para homens como para mulheres, e o tempo mínimo de contribuição aumenta de 15 para 25 anos. Segundo o cálculo do governo, aos 65 anos e com 25 anos de contribuição, o valor do benefício será de 76% da média de todas as contribuições. Com 26 anos de contribuição, 77%. Com 27 anos, 78%. O percentual chega a 100% (aposentadoria integral) com 49 anos de contribuição.
“O outro desafio é a reforma trabalhista. Modernizar as relações de trabalho é necessário, mas isso não pode significar a precarização do direito do trabalhador. A preservação do emprego não pode ser desculpa para o desmonte de poder de negociação do empregado, que sempre será o elo mais frágil da relação trabalhista”, acrescentou.
O projeto faz prevalecer as negociações entre as classes patronal e trabalhadora sobre a legislação trabalhista.
Segundo o parlamentar, “resolver as duas situações não será fácil. Mas como disse, acredito na luta bem lutada para que se alcance um bom resultado”. “Então, vejo que em 2017 teremos duras batalhas, mas confio no nosso povo, confio nas nossas instituições e tenho uma esperança atuante que chegaremos a um bom termo para começarmos a sair da crise”, disse. A solução para a crise é “o diálogo democrático resultante na união em torno de um objetivo comum”, pontuou o deputado.
Fonte: Brasil 247