Em mensagem a pecuaristas do sul do Pará, o ministro do Meio Ambiente, Zequinha Sarney (PV-MA), disse que a operação do Ibama contra frigoríficos da região, na terça-feira (21), não ocorreu em “momento oportuno” e que desconhecia a sua realização.
“É até com uma certa tristeza que participo eletronicamente dessa reunião que vocês estão promovendo aí. Não era o momento oportuno, não era o momento adequado para que a gente fizesse essa operação”, afirmou Zequinha na sexta-feira (24), em vídeo ao lado do deputado federal Beto Salame (PP-PA), de Marabá (560 km ao sul de Belém).
O ministro afirmou que, por ter sido feita logo após a operação Carne Fraca, da Polícia Federal, a ação do Ibama “daria a impressão e fragilizaria muito o setor agropecuário, que é um grande exportador e cujo Brasil depende muito do seu vigor (sic)”.
Batizada de Carne Fria, a operação do Ibama visa coibir o desmatamento na Amazônia e não tem relação com a operação da PF, desatada no último dia 17, que investiga fraudes cometidas por frigoríficos.
Ao todo, o Ibama autuou 15 frigoríficos por comprar cerca de 59 mil cabeças de gado oriundas de áreas embargadas por desmatamento ilegal, num total de 24 propriedades rurais, todas localizadas no Pará e também multadas
Zequinha afirmou que, apesar de o Ibama ser subordinado ao seu ministério, não foi avisado da operação, mas disse que “não sou contra que se façam operações para promover a legalidade”.
A ação incluiu o embargo administrativo de dois frigoríficos da JBS no Pará. A medida obrigaria a empresa a comprovar a origem legal do gado ao Ibama antes de realizar a compra.
Na sexta-feira (24), uma liminar da Justiça Federal suspendeu o embargo, afirmando que que o gado “comprado de forma irregular teria sido uma exceção nas atividades da empresa”.
Em nota à imprensa, a JBS negou que tenha feito compras de gado em fazendas com áreas embargadas.
Fonte ;Folha