O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve anunciar nesta quarta-feira (27) a isenção de imposto de renda para trabalhadores com salários de até R$ 5 mil. A medida será divulgada em pronunciamento no qual Haddad também detalhará o pacote de corte de gastos do governo.
A elevação da faixa de isenção era uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e é vista como uma ação de grande apelo popular. Internamente, o governo acredita que o anúncio pode ajudar a mitigar o impacto de medidas menos populares, como a contenção do reajuste do salário mínimo.
No entanto, a proposta não estava incluída no Orçamento de 2025 enviada ao Congresso. Estudos conduzidos pela equipe econômica indicam que a medida terá um custo de cerca de R$ 35 bilhões em renúncia fiscal. Para minimizar perdas na arrecadação, o governo pretende aplicar a isenção de forma escalonada, evitando prejuízo a trabalhadores que recebem um pouco mais de R$ 5 mil.
Atualmente, o imposto de renda segue um modelo progressivo. Salários até R$ 2.259,20 são isentos, e quem recebe acima desse valor paga alíquotas entre 7,5% e 27,5%. Em 2023, o governo já havia implementado um modelo que isentava quem recebia até dois salários mínimos (R$ 2.824), utilizando um desconto simplificado automático.
Agora, com o aumento da faixa de isenção, será necessário revisar todas as alíquotas para adequar a cobrança à nova regra. Essa atualização, que depende de ajustes anuais conforme o aumento do salário mínimo, reforça a complexidade da medida e seu impacto nas finanças públicas.