Os candidatos ao Senado pelo estado do Maranhão, Weverton (PDT) e Eliziane Gama (PPS), anunciaram em entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira (1) que solicitaram ao Ministério Público Eleitoral (MPE) um mandato de busca e apreensão na sede do jornal O Estado do Maranhão para evitar que outros materiais apócrifos contra suas candidaturas sejam produzidos.
Mais cedo, duas pessoas foram presas pela Polícia Federal nas proximidades do Terminal da Praia Grande, em São Luís, distribuindo um jornal de quatro páginas intitulado “Política em Foco” que trazia informações falsas sobre os candidatos que compõem a coligação do atual governador e candidato à reeleição Flávio Dino (PCdoB). O material continha o CNPJ da gráfica onde foi impresso: a Gráfica Escolar, a mesma que imprime o jornal O Estado do Maranhão, pertencente à família Sarney. A gráfica funciona ainda na sede do Grupo Mirante, conglomerado de mídia também pertencente à família Sarney. Um dos membros da família e sócio do jornal, Sarney Filho, é adversário de Weverton e Eliziane na disputa pelo Senado.
Para Weverton Rocha, o flagrante da distribuição de material enganoso, produzido na gráfica ligada ao seu adversário político, configura “crime eleitoral”.
“É a abstinência de poder. Já estão percebendo que daqui a pouco ficarão sem seus mandatos. Pediremos ao Ministério Público Eleitoral que tome as providências”, afirmou o pedetista.
Na entrevista, Weverton chamou atenção ainda para o fato de que na nota fiscal apresentada à Polícia Federal pelas duas pessoas presas fazendo a distribuição do material há o valor de R$27 mil, que seria insuficiente para imprimir os 500 mil exemplares de quatro páginas do jornal enganoso que teriam sido impressos.
“Você sabe que com R$27 mil não se roda 500 mil jornais de 4 paginas. Pedi um mandato de busca e apreensão para evitar que mais exemplares como esse circulem pelo Maranhão espalhando mentiras”, pontuou.
Já Eliziane apresentou outras evidências de que a distribuição do jornal seria uma ação orquestrada da família Sarney. Segundo ela, a gráfica que imprimiu o jornal não imprime outros materiais a não ser o jornal O Estado do Maranhão da família Sarney.
“Não é uma gráfica comercial que roda outro tipo de material, é só o jornal O Estado do Maranhão. Abriram uma exceção. Então você vê que é uma ação do grupo [Sarney]“. Da Revista Fórum.