Ele é acusado de sequestro e de estupro de vulnerável –quando há relação sexual ou ato libidinoso com menor de 14 anos. Noronha chegou a ser preso na terça (14), mas foi solto na quinta-feira (16) em audiência de custódia.
O açougueiro Eduardo da Silva Noronha, de 25 anos, admitiu em entrevista exclusiva ao g1 que levou escondido uma menina de 12 anos do Rio de Janeiro para o Maranhão sem conhecimento nem autorização dos pais dela –e que pretendia não avisar nenhum familiar da criança por até “três semanas”.
Ele é acusado de sequestro e de estupro de vulnerável –quando há relação sexual ou ato libidinoso com menor de 14 anos. Noronha chegou a ser preso na terça (14), mas foi solto na quinta-feira (16) em audiência de custódia. A Justiça entendeu que, como é réu primário e tem endereço fixo, o açougueiro pode aguardar o julgamento em liberdade. Ele será monitorado por meio de tornozeleira eletrônica.
A vítima é do Rio de Janeiro. A menina estava desaparecida após ter saído para ir para a escola e desde então, era procurada pela Polícia Civil carioca. Foram oito dias longe da família e pelo menos cinco sem poder sair da casa de Eduardo nem falar com ninguém, segundo a Polícia Civil do Rio.
“O nosso plano não era de informar [a família dela] onde a gente tava enquanto abaixasse mais a poeira de tudo o que tava acontecendo”, disse Noronha.
Na entrevista, o açougueiro de 25 anos naturaliza o fato de sequestrar uma menina de 12 anos e sugere que a vítima concordava com a viagem –feita sem autorização nem conhecimento dos pais, os responsáveis legais por ela.
Ele pretendia ficar sem contato com a família por “duas semanas, três semanas”, até que se “acalmasse”, para então informar do paradeiro dela.
Ele disse que tinha acesso ao Instagram da menina, inclusive às mensagens privadas, no próprio celular: ao g1, argumentou que fez isso porque ela tinha muitos seguidores.
A menina de 12 anos levou dias para conseguir contatar a família –e foi isso que fez a polícia chegar até ela. Perguntado a respeito, ele desconversou: disse que o celular da criança era antigo e ficava em “modo avião”.
O açougueiro afirmou ainda que contratou um motorista de aplicativo “por fora”, sem usar um app, para fazer a viagem entre o Rio e Maranhão.
Segundo o suspeito, o motorista contratado foi encontrado após uma pesquisa na internet. O acordo para a viagem foi firmado assim que Noronha chegou ao Rio de Janeiro.
Durante a conversa, entre Noronha e o motorista, o suspeito solicitou um orçamento para a corrida de carro do Rio à São Luís. De acordo com Eduardo, o motorista cobrou R$ 4 mil pela viagem. Durante todo o percurso, o homem usou o GPS como guia e, em nenhum momento, questionou qual a relação entre o suspeito e a menina.
Segundo a Polícia Civil, o homem aliciava a adolescente em conversas pela internet há dois anos e levou a menina do Rio de Janeiro até São Luís, onde ele mora, em um carro de corridas por aplicativo. A menina conseguiu enviar uma mensagem para irmã e isso foi um dos indícios que ajudaram a polícia a localizá-la. Ela desapareceu no dia 6 e foi encontrada na terça-feira (14), no bairro Divinéia, na periferia de São Luís.
Fonte: G1