quarta-feira, dezembro 18, 2024

VEJA O ALERTA DO JORNAL PEQUENO FEITO PARA FLÁVIO DINO E BRANDÃO

Política

Lourival Bogéa, jornalista e diretor do Jornal Pequeno

A relação política entre o ex-governador e atual ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino e o governador Carlos Brandão é uma história que começou com gratidões, mas agora envereda por um clima de desunião, com riscos de rompimento. O distanciamento, péssimo para o Maranhão, surpreendeu o meio político.

Os dois precisam voltar ao passado e refletir. Se Carlos Brandão é governador hoje, ele deve isso a Flávio Dino, que bancou a sua candidatura enfrentando todos os empecilhos que surgiram na época. Já Flávio Dino não deve esquecer quem foi o principal responsável por sua entrada na política.

Em diversas ocasiões, por sinal, Dino reconheceu publicamente o papel de Brandão em sua trajetória, destacando os gestos do amigo que o ajudaram a alcançar sucesso político.

Durante a pandemia, quando ainda era governador, Dino fez questão de agradecer a Brandão pela lealdade ao longo dos anos, e, principalmente, pelo apoio importantíssimo em sua entrada na política eleitoral. O fato foi lembrado, essa semana, pelo jornalista Lauro Jardim, em sua coluna no jornal GLOBO, do Rio de Janeiro.

Em 2020, em meio à pandemia da Covid-19, o então governador gravou um vídeo agradecendo ao seu vice pela ajuda em 2006. E afirmou Flávio Dino: “Quero destacar muito, especialmente, o senhor vice-governador Carlos Brandão, que tem sido nosso companheiro de caminhada nesses anos todos, e já se vão seis anos. Quando eu ingressei na política, quem ia ter o apoio do grupo liderado pelo Humberto (Coutinho, ex-presidente da Assembleia Legislativa, já falecido) era o Brandão, e ele num gesto de cortesia, de amizade, de fraternidade, na época, dirigiu-se ao então governador José Reinaldo e disse que concordava que houvesse essa inserção minha na política eleitoral a partir da cidade de Caxias. O Brandão tem sido correto comigo nesses anos todos; desde esse momento inaugural, em 2006, e agora no exercício do governo”.

Dino se referia ao momento que começou na vida pública, em 2006. À época, Brandão era chefe da Casa Civil no governo de José Reinaldo Tavares, e, segundo o próprio Dino, cedeu cerca de 40% de seus colégios eleitorais para viabilizar sua entrada na política como deputado federal.

Não deve Dino esquecer, também, que, ao longo dos anos, Brandão sempre se manteve um aliado fiel, assumindo responsabilidades estratégicas e contribuindo muito para a gestão estadual.

As posturas recentes de Flávio Dino, como não dar respostas aos pedidos de audiência de Brandão e não o convidar para o seu casamento, além de outras evidenciadas por aliados seus, contradizem com o reconhecimento público que sempre demonstrou.

Da mesma forma, decisões tomadas pelo governador Brandão não foram do agrado de Flávio Dino. Uma delas foi a exoneração do vice-governador Felipe Camarão da Secretaria de Estado da Educação. A pasta para o hoje ministro do STF foi um compromisso assumido entre os dois. Certo é que Camarão muito contribuiu para essa exoneração, com atitudes imaturas que passou a ter desde os primeiros sinais de estremecimento na relação Dino-Brandão, e que se evidenciaram na recente eleição municipal. De qualquer forma, o governador teria que conversar com o amigo. No entanto, por mais que tentasse, não conseguia ter essa conversa.

O clima entre o governador e o ex está péssimo hoje, do que se aproveitam aliados de Flávio Dino para conspirar contra o governo, a ponto de tentar arrancar da deputada Iracema Vale, “usando” o ministro, o cargo de presidente da Assembleia estadual, legitimamente conquistado com bases nas regras estabelecidas pelo poder legislativo do Maranhão.

Porém, há entendimento para tudo. E é isso que espera o povo do Maranhão: que Flávio Dino e Brandão conversem, aparem as arestas e tirem essa angústia dos maranhenses. Não podem, de forma alguma, cometer uma traição covarde a um povo que depositou esperanças nesse grupo, acreditando em um Maranhão melhor. Desunidos, os dois vão acabar com essa esperança e destruir esse sonho.

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