PERITORÓ – Caema deixa população de Livramento há 2 meses escapando com poços no quintal

Notícia Geral

Na casa de dona Maria de Jesus Reis Lobão faz tempo que da torneira não jorra, absolutamente, nada, embora existam obrigações financeiras  cobradas pela CAEMA que só recentemente, após protesto dos moradores de Livramento, distrito rural que fica a 5 kms da cidade de Peritoró, suspendeu o envio das contas.

 “Nada, nada, nada tá com 2 meses…DA TORNEIRA NÃO SAI…não sai nada  (…) o que eu espero é que já tivesse já dado um jeito há muito tempo porque pagar água cara, eu paguei foi um talão de R$ 42,00”, reclamou a lavradora à TV Mirante.

O vilarejo às margens da BR-316, com  aspirações de um dia vir a se tornar cidade (ele e o distrito de Independência, no lado da BR-135), é grande e tem mais de 3 mil famílias, mas a caixa  que abastecia com água potável toda esta gente não enche mais.

Seu Lula (Luís Airton Teixeira Nunes), que mora ao lado dela, diz que uma bomba do poço artesiano é o problema. Problema que ninguém consegue resolver há dois meses.

“ Rapaz eles veem aqui já tentaram tirar a bomba e volta e pronto não dão mais satisfação nenhuma…E O CIDADÃO? O cidadão fica sofrendo, entendeu? Fica sofrendo, vai falar pra eles diz que já tomaram providência e não tem providência”, afirmou

DO TEMPO DO POÇO NO QUINTAL

Constatamos como dezenas de moradores estão se virando. Eles que já estavam acostumados a ter água na torneira voltaram ao tempo do poço manual no fundo do quintal e ao velho balde para sobreviverem.

Quem tem um poço assim, a exemplo de seu José de Jesus Castro Abreu, teve que se solidarizar com os vizinhos para não vê-los padecer mais ainda.

 “Nosso poço aqui serve pra todo pessoal quem quiser tirar aqui, é 20, é 30 pessoas por dia, todo mundo tira (…) A coisa tava preta….TEM GENTE QUE NÃO TEM POÇO? 95% não tem poço, vive do poço do outro….O QUE O SENHOR ESPERA DA CAEMA? Eu espero que a CAEMA tome uma providência, né”, respondeu

PAGANDO CARO

Mas tem dia que os poços no quintal não suportam a demanda e aí, reclamou dona OTAVIANA Barbosa Pereira, da rua do Corte, apela-se para armazenar água da chuva ou para tirar dinheiro do bolso e comprar

“Dois bujão R$ 2,00, um real cada bujão…PRA QUEM NÃO TEM, SÓ VIVE DE APOSENTADORIA? Aí tá ruim de situação, num tá, pra lavar roupa minha neta que lava pra acolá (…)R$ 1 real cada um bujão a gente tem que botar 4 é R$ 4,00…POR DIA? Aham….MAS NÃO É UM PREJUÍZO MUITO GRANDE? É um prejuízo grande, pra quem não tem”

E A CAEMA?

Nós estivemos em dois locais de atendimento da CAEMA em Peritoró. Na cidade, o posto está sem coordenador há um mês, o que tinha pediu transferência para acompanhar a mãe que está enferma.

No próprio povoado Livramento, há dois meses sem água,    estava tudo fechado.

D0 Blog do Acélio